23 de out. de 2010

Igreja: uma pequena porção do Reino, ONDE DEUS ME PÔS

Manifesto pela participação de cada crente na sua igreja local - uma teologia neotestamentária

1. A Igreja é formada por pessoas que custaram caríssimo para Deus (I Co 6:10).

2. A Igreja pertence a Jesus, o qual prometeu que nem mesmo o inferno poderia derrotá-la (Mt 16:18).

3. A crença nas duas proposições acima nos impede de ter a igreja como um clube, ao qual nos filiamos ou nos desligamos, frequentamos ou nos ausentamos, por nossa mera vontade ou por quaisquer outras adversidades (Hb 10:23-25).

4. A Igreja com "I" maiúsculo, aquela feita de gente, é muito maior que a igreja, com "i" minúsculo, aquela desse mundo, com suas tradições e diferenças doutrinárias e denominacionais. Importante mesmo é a doutrina do Cristo - profeta, sacerdote, Rei e servo - e estar unido a ele por meio do convívio real com outros crentes; e isso acontece na igreja local (Col 2:16-19).

5. É na Igreja que se aprende a interceder com esperança pela redenção de um mundo ímpio e caído (I Tim 2:1;8).

6. É na Igreja que encontramos a melhor e primeira oportunidade para as boas obras, para a solidariedade e para aprender a boa administração da caridade. É ali que, quando necessitados, nós encontraremos amigos mais chegados que irmãos, gente de coração livre e tocado por Deus para nos abençoar (I Tim 5:1-16; 6:17-18).

7. Servir na Igreja não é exatamente um trabalho, mas uma oportunidade de ser transformado e abençoado por Deus (I Tim 3:1;13).

8. Depois da família, a igreja local é o lugar de transmissão da fé (II Tim 2:2-9).

9. Igreja é lugar de fazer grandes e duradouras amizades (Rm 16:3-16).

10. Nenhuma outra experiência social humana é tão transcultural  e includente quanto a Igreja. Lugar onde os autossuficientes não têm vez, onde ninguém é senhor senão o SENHOR, lugar onde só há um cabeça (e não é nenhum de nós). É o primeiro lugar da entrega dos dons, e onde eles devem ser usados em prol da própria Igreja (I Co 12:12-31).

É assim que crêem a maioria dos cristãos por toda a face da Terra há centenas de anos. Sabemos que crer e executar muitas vezes são coisas diferentes. Mas, não queremos permanecer incoerentes. SENHOR, perdoa-nos e transforma-nos!

Que todos os cristãos que lerem esse manifesto pensem com mais carinho na sua comunidade local. Ela não é um prédio, ela não é uma diretoria, ela não é um símbolo, mas ela é um corpo; e você está nele. A teologia do "sou cristão sozinho na minha casa" não é possível de se verificar no Novo Testamento. Na mais severa crise, ainda assim, o NT estimula o cristão a suportar e continuar (II Tim 2:14-26).

Aos cristãos da IBMT,

amanhã, 24/10/2010, é dia de envolver-se com sua igreja local, dia de ser corpo, dia de usar dons, dia de servir, dia de administrar com sabedoria e dia de se unir para louvar. Isso não é um favor, mas um privilégio da vida cristã.

Culto ao SENHOR e Assembleia de sucessão pastoral (9h).

6 de set. de 2010

Varão e varoa, estamos no século XXI !!!

Por Jonas Madureira*

"Aproximavam-se de Jesus todos os publicanos e pecadores para o ouvir." (Lucas 15.1)

É inegável que o cristianismo contemporâneo vive a crise da relevância. Os novos críticos do cristianismo não se cansam de dizer que o discurso dos cristãos cheira naftalina, é tão antiquado, fora de moda e irrelevante. Para ilustrar esse fato, lembro-me de que, há poucos dias, um colega da USP, sabendo que sou cristão, se aproximou de mim e, sem rodeios, perguntou-me: “Por que muitos evangélicos falam tão esquisito? Eles chamam uns aos outros de varão e varoa! Abusam dos arcaísmos! Usam expressões tão ultrapassadas que às vezes me sinto nos dias de Olavo Bilac!” Dureza, não?! Expliquei que muitas das versões bíblicas que as pessoas leem são muito antigas, e, por esse motivo, acabam trazendo o vocabulário delas para o dia a dia. “Que bizarro!”, disse meu colega. E incomodado com isso, perguntei: “Por que bizarro?”. Ele prontamente me respondeu: “Porque isso assusta qualquer um! É uma linguagem muito distante da realidade!”. Nessa hora, infelizmente, tive que concordar com ele. Nossa linguagem, às vezes, é tão descontextualizada que, em vez de atrair, assusta os publicanos e pecadores de nossos dias.

O que acho mais interessante no texto de Lucas 15 é o fato de que os publicanos e pecadores não se aproximaram de Jesus para pedir um milagre, uma bênção. Pelo contrário, se aproximaram dele só para ouvi-lo. Isso aconteceu porque a pregação de Jesus era empolgante, o Mestre era verdadeiramente relevante. Veja a bela imagem que Lucas nos oferece: o Filho de Deus, sentado à mesa com publicanos e pecadores, completamente atraídos pelo seu discurso. Ou seja, Lucas mostrou que Jesus era interessante não apenas por causa dos milagres que fazia, mas principalmente por causa de seu pensamento, de sua capacidade de ler o coração dos homens e de expor os desígnios de Deus, com ousadia, sabedoria e relevância.

Ouvindo algumas pregações aqui e acolá, em canais de TV e em igrejas, percebo que muitos dos discursos e pregações de nossos dias estão muito distantes de ser comparados às pregações empolgantes de Jesus. Acredito que uma das razões seja a nossa incapacidade de ler nosso tempo, agravada pela pobreza de nossa leitura dos desígnios de Deus, expressos nas Escrituras. Quando digo “ler nosso tempo”, digo “ler as pessoas de nossos dias”. Jesus entendia o homem de seu tempo como ninguém. Ele compreendia as questões que o homem de seu tempo fazia e, por isso, respondia de forma relevante aos publicanos e pecadores de seu tempo.

Em contrapartida, nossa leitura do varão hodierno — ops! do homem de hoje! — é vergonhosa. Não entendemos seus pensamentos, não entendemos suas questões. Às vezes, tenho a impressão de que a maioria de nós está falando para homens do século XIX, e não só com uma linguagem oitocentista, mas — o que é pior ainda — usando uma lógica e um tipo de reflexão e postura intelectual que é típico do universo espiritual oitocentista.

A verdade é que alguns sermões de hoje se tornam irrelevantes porque apenas respondem às perguntas que o homem do século XIX fazia. São sermões tão distantes do século XXI, que dão sono! Cá para nós, às vezes me pergunto se isso acontece por causa do delay de publicações das obras teológicas oitocentistas, que são publicadas hoje em dia como “grandes lançamentos do ano”. Sinceramente, não sei. O que sei é que, se queremos proclamar o reino de Deus para o nosso tempo, temos de nos livrar de nossas lentes oitocentistas. Precisamos ler o homem de nossos dias, com lentes apropriadas para o século XXI.

O homem de hoje é um homem sem transcendente, ou melhor, um homem vislumbrado com o imanente, que passa a ser tomado como se fosse transcendente. Em outras palavras, alguém que trocou a adoração a Deus pela veneração ao carro do ano, ao último modelo de celular, de notebook, de TV e por aí vai. Por isso, as megaigrejas estão tão cheias. E garanto que não é pela relevância do discurso, mas pela exploração da angústia do homem moderno. Este vai à igreja não mais para simplesmente adorar, mas para clamar a Deus por um carro novo, uma casa maior, mais dinheiro, mais sucesso, mais poder. A tara por essas bênçãos materiais mostra o quanto somos niilistas, vazios, sem um sentido ulterior para vida, que seja superior a tudo o que está preso ao tempo e ao espaço.

Não precisamos de sermões que alimentem nossa angústia niilista. Precisamos de sermões que nos conscientizem de nossa real situação. Sermões que revelem as novas faces de nossas depravações e desesperos. Sermões que sejam resultado de uma exegese bíblica cuidadosa e contextualizada, e, ao mesmo tempo, conscientes de que nossa inteligência e compreensão devem ser submetidas à luz do Espírito, o único que nos permite ver o Jesus supracultural, supratemporal, preexistente, Filho de Deus, Senhor do tempo, da história, da terra e do céu. Sermões que nos sirvam como espelhos para mostrar a face sofrida e angustiada de nosso coração, tão longe da busca pelo transcendente e tão entregue à busca exacerbada por bens transitórios. Só assim haverá conversão genuína, adoração verdadeira, pregação relevante. Só assim publicanos e pecadores de nosso tempo deixarão de se assustar com esse nosso esquisito jeito oitocentista de ser, e se aproximarão de nós para conhecer o Jesus do século XXI, que, paradoxalmente, em nada deve ser menos atraente do que o Jesus do século I.

* Aos 33 anos, Jonas Madureira é bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Evangélico do Betel Brasileiro em São Paulo; bacharel e mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e doutorando em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP). Professor Titular de Teologia Sistemática, Teologia Contemporânea e Filosofia do Seminário Teológico Evangélico do Betel Brasileiro, do Seminário Teológico Bethesda e do Seminário Teológico Servo de Cristo. Autor do livro "Filosofia" do Curso Vida Nova de Teologia Básica publicado por Edições Vida Nova. Trabalha como editor assistente na Edições Vida Nova e é pastor da Igreja Fonte de Sicar (http://fontedesicar.ning.com/)

Texto originalmente publicado no blog do autor: http://jonasmadureira.blogspot.com/

26 de ago. de 2010

Recebendo e conhecendo o Pr. Marcelo...

Queridos e queridas,

temos compromisso e uma agenda cheia a partir de hoje. Como quase todos devem saber, nestes dias o Pr. Marcelo Petrucci, pastor da PIB de Mantena (MG), sua esposa e suas duas filhas estarão presentes nas próximas atividades da IBMT a convite da nossa comissão de sucessão pastoral.

Ficamos muito felizes ao receber a notícia de que o próprio pastor desejou ter um momento com a juventude da IBMT. Mas, estamos convidando todos os jovens a participarem do máximo de atividades que puderem, a fim de conhecermos o Pr. Marcelo, ouvirmos o que ele tem a dizer e, assim, termos sabedoria para logo em breve respondermos como igreja se desejamos convidá-lo para estar à frente desta comunidade.

Converse com os amigos e irmãos e convide-os para estar conosco. Esses primeiros contatos podem ser o início de um bom relacionamento. Deus certamente tem bons planos!

Jovens, segue a nossa agenda com a presença do pastor:

26/ago - Quinta-feira (20h) - Culto de Oração

28/ago - Sábado (7h30 saída da igreja) - Passeio da IBMT ao sítio da PIB de Irajá (Xerém)

28/ago - Sábado (20h) - Encontro dos jovens com Pr. Marcelo (IBMT)

Teremos uma conversa agradável e informal com o Pr. Marcelo Petrucci. Iremos lanchar com ele (pizzas e refrigerante) e não haverá qualquer cobrança dos presentes. Venham à vontade. Alguns já estão ajudando na organização e com doação de alguns itens; pedimos apenas que, quem quiser e puder, traga um refrigerante gelado.

29/ago - Domingo (9h) - Culto matutino

29/ago - Domingo (10h45) - EBD (O crente e os juramentos -  Mt 5:33-36)

29/ago - Domingo (19h) - Culto noturno



18 de jun. de 2010

Saramago morre, e agora, onde ele está?

Morreu na Espanha o escritor português José Saramago. Famoso por ter ganho o prêmio Nobel de Literatura (1998), mas também por ser um inveterado defensor do comunismo e ácido crítico das religiões. Algumas de suas muitas frases relembradas no dia de sua morte pela imprensa no mundo todo:

"No fundo, o problema não é um Deus que não existe, mas a religião que o proclama. Denuncio as religiões, todas as religiões, por nocivas à Humanidade. São palavras duras, mas há que dizê-las."

"Deus, o diabo, o bom, o ruim, tudo está na nossa cabeça, não no céu ou no inferno, que também inventamos. Não percebemos que, tendo inventado Deus, imediatamente nos escravizamos a ele."

"Não sou pessimista. O mundo é que é péssimo."

Aproveito para republicar abaixo um post que escrevi no dia 29 de novembro de 2008, quando Saramago foi sabatinado pela Folha de S.Paulo


Ensaio sobre a cegueira




"Você diz: ‘Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de nada’. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego, e que está nu." (Judas 3:17)

Me pergunto: como pode alguém que com maestria escreveu sobre a depravação moral humana, caída e em estado de cegueira, ser tão materialista e só crer no que vê? Ousadamente, o português José Saramago questiona, durante sabatina realizada pelo jornal Folha de S.Paulo: "Precisamos de Deus? Mas precisamos de Deus pra que?
Pobre Saramago; tão cego quanto os personagens de seu famoso romance. Não enxerga que tudo há de passar. Que sua obra passará, que os médicos passarão, que sua esposa passará e que ele próprio, com seu corpo que ele tanto valoriza, passará (visto sua senilidade, pode não demorar muito). Não enxerga que ele não pode criar-se a si mesmo, que é perecível e que quando ao pó voltar o amor de Deus pela humanidade permenecerá. Porque só Yahweh era, é e há de ser.
Miserável, digno de compaixão, pobre, cego e nu, Saramago!



10 de jun. de 2010

Desenvolvimento sustentável


No final de um livro de belíssima encadernação em tecido que comprei há pouco (FORMAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL - Celso Furtado) está escrito assim:

"... é a garantia de que a madeira utilizada na fabricação do papel deste livro provém de florestas de origem controlada e que foram gerenciadas de maneira ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável"

E tem gente que acha que movimento ambientalista é apenas uma ideológica defesa do mico-leão-dourado, da tartaruga marinha ou das arvorezinhas.

Meio ambiente + emprego + educação + justiça social + renda + políticas públicas + rentabilidade às empresas...
... tudo junto em prol do mundo criado para o homem e do homem criado para Deus, que criou o mundo.

Há décadas o movimento verde é relevante e inserido na política europeia em busca da construção de espaços mais conscientes e justos. No Brasil, dos anos 80 para cá ele conseguiu juntar uma meia-dúzia de esquerdistas, uns libertários maconheiros, alguns ambientalistas de fato e, mais recentemente, outros "neodireitistas".

2010, ano de eleições: tenho esperança de que as coisas estão mudando positivamente por essas bandas do pensamento do desenvolvimento sustentável, mas, não desejo ver tão importante expressão virando grife e morrendo em camisetas da Osklen, como aconteceu com o Protocolo de Kyoto.

Deus ama a justiça e odeia a injustiça, seja na economia, na segurança pública, na política, na ecologia, nas ciências, na sociedade, nas cidades, no campo...

2 de jun. de 2010

Texto nosso na ULTIMATO de maio/junho

No final de março tive o prazer de receber um convite do pessoal da revista Ultimato para escrever sobre a redenção das sete artes para a coluna Altos Papos da edição de maio-junho. Parece que o texto foi publicado por ocasião do lançamento do livro "A arte e a Bíblia" (Francis Schaeffer). O Rodolfo Amorim, que esteve no nosso último retiro, escreveu na mesma edição uma apresentação sobre esse livro do Schaeffer. Honra maior tive depois de enviar o texto para eles e receber a notícia de que o texto fora aprovado e elogiado pelo Rev. Elben M. Lenz César, diretor e responsável pela Ultimato (e um vovô muito simpatico). Inclusive, ele me mandou, por e-mail, um incentivo e um trecho do livro "Surpreendido pela esperança" (N.T. Wright).

Agradeço à Tábata Mori, companheira de estadias no L`Abri (BH), que me fez o convite, ao Rev. Elben e ao pessoal da revista, que me confiaram a responsabilidade de escrever o texto de apresentação do tema das 7 artes (há um texto para cada arte na coluna online Outros Papos). Salvo um errinho de concordância logo na primeira linha, foi tudo bem legal.

Fico grato a Deus de me dar a oportunidade de escrever para a revista que sou assinante e que conta com nomes como Ricardo Barbosa, Ricardo Quadros, Ronaldo Lidório, Robinson Cavalcanti e outros... Divido com vocês o texto (clicando na imagem a seguir você vê como saiu na revista impressa):


Perdida no caminho
André Luiz Freitas

Onde quer que tenhamos deixamos cair nossa criatividade, Cristo quer recuperá-la para o Pai. Podemos estar certos de que, quando Paulo disse aos colossenses (Cl 1.20) que, em Cristo, Deus estava reconciliando com ele todas as coisas, eram “todas” as coisas mesmo -- incluindo as artes. Cristãos de várias gerações têm sido constrangidos com o dilema do que podem ou não realizar, apoiar ou consumir nos campos da música, das artes plásticas (pintura, escultura), do teatro, da dança, da literatura e do cinema. Diante da dúvida honesta, muitos -- dos legalistas aos piedosos -- preferem lançar as artes num limbo de indefinição ou até no inferno. Não significa que deixamos de cantar, dançar, encenar ou escrever. Porém, restringimos tudo à esfera da igreja, aos temas sacros e ao objetivo da proclamação literal do evangelho. Quem nunca ouviu uma música feia ou assistiu a uma peça cafona na igreja e abriu mão da beleza sob a alegação de que essa arte eclesiástica não precisa necessariamente ser bela, mas cumprir a função de falar de Jesus? De fato, o cristianismo contemporâneo divorciou as artes da beleza, e esta da adoração. A ideia de que as expressões artísticas podem simplesmente refletir e adorar a um Deus que é belo e adorável foi perdida. Paulo nos dá uma pista de onde caiu nossa dimensão estética da vida: “Já que vocês morreram com Cristo para os princípios elementares deste mundo, por que, como se ainda pertencessem a ele, vocês se submetem a regras: ‘Não manuseie!’, ‘Não prove!’, ‘Não toque!’?” (Cl 2.20-21).

Uma hermenêutica religiosa da Bíblia nos faz parafrasear o apóstolo: “não ouça isso”, “não leia aquilo”, “não assista àquilo outro”. Elaboramos mandamentos humanos com o -- até certo ponto legítimo -- medo de adorar ao diabo ou construir ídolos. Perdemos as artes no caminho da religiosidade. Porém, parece que essa geração começa a gritar, embora espaçadamente, que a beleza é de Deus, que tudo que é bom e admirável pertence à esfera da sua criação. Muitos já não concebem um céu onde a única expressão das artes será um grande coro cantando as últimas músicas do “mercado gospel”. Será muito bom quando uma cosmovisão cristã tomar as rédeas das sete artes e, mesmo em discursos indiretos ou subliminares, enxergarmos a beleza e a essência do cristianismo. Poderemos ler poemas, cantar músicas, admirar quadros, assistir peças e dizer: “Por trás disso há um cristão e os pressupostos das sagradas escrituras”. Deus é o Senhor das artes e o criador das habilidades artísticas -- basta ler Êxodo 31.1-5:

Disse então o Senhor a Moisés: ‘Eu escolhi Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá, e o enchi do Espírito de Deus, dando-lhe destreza, habilidade e plena capacidade artística para desenhar e executar trabalhos em ouro, prata e bronze, para talhar e esculpir pedras, para entalhar madeira e executar todo tipo de obra artesanal’.

As artes nunca foram um problema em si na relação do homem com o seu Criador. Quem se divorciou de Deus foi o homem e o seu coração tornou-se mau e autossuficiente. Com isso, a expressão criativa que brota de um coração mau tornou-se também anti-Deus. Francis Schaeffer já havia diagnosticado que o divórcio entre a cristandade e a cultura tinha sido uma tragédia na Europa e na América do Norte do século 20. Esse mal avançou para o hemisfério sul e por aqui as artes também se tornaram um monopólio secular. A conservadora separação entre ambiente sagrado e profano pôs as artes para fora da igreja e muitas pessoas foram atrás delas, ou seja, afastaram-se de uma instituição incapaz de dialogar com a cultura. Passou da hora de os cristãos vislumbrarem nas artes o triunfo de Cristo sobre o pecado, tornando-as de novo obras de gente que vê beleza e esperança na vida. Louvado seja o Jesus que volta no caminho para recuperar o que a ele pertence e que displicentemente deixamos ficar para trás.


• André Luiz de A. Freitas
, 26 anos, é jornalista e líder de jovens da Igreja Batista Memorial da Tijuca, no Rio de Janeiro.

20 de mai. de 2010

John Piper É cristianismo

Se no último post a intenção era reafirmar que Chico Xavier nunca ensinou cristianismo, nesse, o objetivo é mostrar qu há líderes - bem menos conhecidos aqui no Brasil - preocupados em viver e ensinar os valores do Cristo.
Para quem acompanha o ministério do Pr. John Piper, a notícia talvez não seja novidade, mas todos hão de concordar que sua recente decisão não é comum entre os pastores, bispos, reverendos e 'apóstolos' espalhados por esse mundão evangélico. Pastor da Bethlehem Baptist Church, em Minneapolis (EUA), líder do relevante ministério Desiring God, autor de 54 livros, doutor em teologia do Novo Testamento pela Universidade de Munique (Alemanha) e citado pela famosíssima revista Time (março/2009) como um dos expoentes de uma das 10 maiores ideias que estão mudando o mundo atualmente; o novo calvinismo.
Pois então, com um currículo inquestionável, com mais de 25 anos de um frutífero ministério de pregação do genuíno Evangelho da Bíblia, o Pr. John Piper não apegou-se às suas obras, admitiu seu pecado e fechou-se para balanço. Um dos maiores pregadores de sua geração pediu um período sabático para submeter sua alma, seu casamento e sua família a uma revisão por parte do Espírito Santo. John Piper é mesmo uma referência! A nós brasileiros resta-nos ler seus livros já lançados em português, seguir seu exemplo e sempre submeter nossa vida à sondagem divina, priorizando o que é prioridade de fato e aguardar até outubro de 2011, quando Piper deverá ser o preletor da 27ª Conferência Fiel para pastores e líderes.


"Como muitos de vocês já haviam escutado no sermão dos dias 27 e 28 de março, os presbíteros amavelmente aprovaram no dia 22 de março um recesso ministerial que me levará a me ausentar-me da [igreja batista] Bethlehem a partir de 1º de maio até 31 de dezembro de 2010. Entendemos que seria útil poder explicar isso por meio de uma carta que acompanhasse este sermão.
Pedi aos presbíteros considerar esse recesso devido a um crescente sentir no meu interior de que minha alma, meu casamento, minha família e o padrão que tenho levado no ministério necessitam de uma revisão de parte do Espírito Santo. Por um lado, amo o meu Senhor, a minha esposa, os meus 5 filhos e suas famílias, primeiro e antes de tudo; e amo meu trabalho de pregar, escrever e conduzir a Bethlehem. Eu espero que o Senhor conceda-me pelo menos 5 anos como o pastor de pregação e de visão [planejamento ministerial] na Bethlelem.
Mas, por outro, vi algumas manifestações de orgulho na minha alma que, ainda que não tenham chegado ao nível de me desqualificar do ministério, entristecem-me profundamente e têm cobrado um alto preço na mina relação com [minha esposa] Noël e outros que são muito queridos para mim. Como posso me desculpar com vocês, não por algo em particular, senão por defeitos que são contínuos em meu caráter e em seus efeitos sobre os demais? Falarei disso agora, e não duvido que terei de dizer novamente, “perdoem-me”. Como não tenho um fato específico ao qual apontar, simplesmente peço por um espírito de perdão. Asseguro-lhes o mais [firmemente] que posso que não estou fazendo as pazes, senão que estou em guerra contra meus próprios pecados.
Noël e eu estamos sólidos como uma rocha quanto ao nosso compromisso um com o outro, e não há uma pontinha sequer de infidelidade de nenhum dos dois lados. Mas, como disse aos presbíteros, “sólido como uma rocha” não é sempre uma metáfora que satisfaz emocionalmente, sobretudo a uma mulher. Uma rocha não é a melhor imagem da terna companhia de uma mulher. Em outras palavras, o precioso jardim do meu lar necessita ser cuidado. Eu quero dizer a Noël que ela é preciosa para mim de uma forma que, neste momento de nossos 41 anos de peregrinação, pode ser melhor dito ao retirar-me por um tempo de quase todos os compromissos públicos.
Nenhum casamento é uma ilha. Para nós isto é certo em dois sentidos. Um é que Noël e eu somos conhecidos tanto de dentro até a por fora por alguns amigos da Bethlehem – mais ainda por nossos colegas e amigos de há muito tempo, David e Karin Livingston, e logo por um grupo de mulheres confiáveis para Noël e de homens para mim. Prestamos contas, somos conhecidos, temos sido aconselhados e [eles] têm orado por nós. Eu estou profundamente agradecido pelo espírito de graça, transparência e confiança que existe entre a liderança da Bethlehem.
A outra forma em que nosso casamento não é uma ilha é que nossas fortalezas e debilidades têm sido conseqüências para os demais. Ninguém em nosso círculo familiar e de amigos permaneceu sem ser afetado por nossos defeitos. É minha oração que este recesso possa chegar a ser de sanidade a começar pelo interior da minha alma, por meio do coração de Noël, até alcançar a nossos filhos e respectivas famílias, e até todos aqueles que têm sido ferido pelos meus erros.
A diferença entre este retiro e o [retiro] sabático que fiz há 4 anos [2006] é que escrevi um livro durante este sabático ("Mandamentos de Jesus para o Mundo"). Em 30 anos, nunca deixei a paixão de ser produtivo publicamente. Neste retiro, tenho a intenção de deixar tudo. Não escreverei livros. Não haverá preparação de sermões ou pregações. Não escreverei nos blogs. Nem no Twitter. Não haverá artigos. Não haverá reportagens. Existe só uma exceção neste caso – o fim de semana dedicado à Conferência Nacional do Desiring God [Desejando Deus] com a inauguração do Bethlehem College and Seminary em outubro próximo. Noël pensou que eu devia manter três dos compromissos internacionais. Nossa motivação é que ela poderia acompanhar-me nisso, e se planejarmos bem, essas poderiam ser ocasiões especiais para refrigério juntos.
Os presbíteros designaram a um grupo que se mantenha em contato comigo e aos quais eu possa prestar contar durante este recesso. Eles são David Mathis, Jon Bloom, Tom Steller, Sam Crabtree, Jon Grano, Tim Held, Tony Campagna, e Kurt Elting-Ballard. Cinco deles caminharam junto de Noël e de mim pelos últimos 2 meses, ajudando-nos a discernir com sabedoria o alcance e a natureza deste retiro. Eles foram quem levaram a recomendação final aos demais presbíteros no dia 22 de março.
Pedi aos presbíteros que não me remunerassem durante o recesso. Não sinto que se deva pagar. Eu sei que estou causando mais trabalho para muitas pessoas, por isso peço desculpa a todo o grupo da liderança. Não só isso, mas outros também poderiam ter um tempo similar. Muitos dos homens e mulheres que trabalham não têm a liberdade de dar-se um recesso como esse. Os presbíteros não aceitaram o meu pedido [de não receber sustento]. Noël e eu estamos profundamente agradecidos por essa manifestação de amor. Estaremos buscando direção do Senhor para ver de que forma podemos retribuir à igreja este suporte financeiro que nos ofereceram para, de alguma maneira, aliviar a carga.
Pessoalmente, vejo esses próximos meses como uma espécie de recomeço do que espero que sejam os 5 anos mais humildes, felizes e frutíferos dos 35 anos que estamos em Bethlehem e dos 46 de casamento. Vocês podem me acompanhar em oração por esse propósito? E vocês podem permanecer junto a sua igreja (Bethlehem) com todas suas forças? Que Deus faça desses 8 meses os melhores que Bethlehem já tenha conhecido. Seria algo que Deus faria: o fazer as coisas mais extraordinárias do mundo quando não estiver aqui. “Assim que nem o que planta nem o que rega é algo, senão Deus que dá o crescimento.”(I Coríntios 3.7)
Eu amo vocês e prometo orar por vocês todos os dias.

Pastor John

22 de abr. de 2010

Espiritismo NÃO É cristianismo

O espiritismo, nas suas mais variadas vertentes, já está consolidado na cultura ocidental. No Brasil chegou em meados do século de XIX e veio também para ficar. Milhões de pessoas, ainda que não frequentem assiduamente reuniões espíritas, mantêm uma cosmovisão impregnada de elementos da crença que defende reencarnação, evolução moral em várias vidas, expiação de pecados por meio de carmas e o contato com os espíritos de pessoas mortas.

Com a apologética do espiritismo em cartaz em todos os cinemas, torna-se fundamental aos cristãos estarem firmes para explicar que cristianismo e espiritismo trabalham sobre pressupostos absolutamente distintos. Por isso, publico aqui no nosso blog um pequeno texto do Rev. Antônio Carlos Costa, pastor da Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca e presidente da ONG Rio de Paz, comentando "Chico Xavier - O Filme":

FILME SOBRE O ESPÍRITA CHICO XAVIER

O Chico Xavier não era cristão. Não estou usando o adjetivo como sinônimo de gente boa. Cristão é o nome que é dado aos discípulos de Cristo -aqueles que procuram imitá-lo e submeter sua vida intelectual a ele.


Cristo nunca ensinou que estamos pagando nessa vida pelos pecados que praticamos numa vida da qual não nos lembramos. Jamais vimos, um discípulo seu, ser estimulado a buscar contato com seres humanos mortos. Quem anda com Cristo prefere a presença do Espírito Santo.


Não há um só relato sequer nos evangelhos de sessões mediúnicas. Nenhum discípulo jamais passou pela experiência súbita de despersonalização -em razão de haver sido possuído pelo espírito de um ser humano morto. Só vemos os discípulos recebendo o Espírito Santo, que quando veio sobre eles, os tornou mais eles do que eles jamais o foram, uma vez que o que neles havia de melhor se manifestou.

Quando os discípulos escreviam, tratavam de orar, pensar e contar com seus próprios pensamentos e obra de revelação do Espírito Santo. Não havia psicografia, mas iluminação que respeitava sua individualidade. Os 27 livros do Novo Testamento mostram as características individuais de cada um. Todos foram honrados pelo Deus que se agradava em usá-los, a partir da revelação única que fazia de si mesmo por meio da singularidade da vida dos seus servos.

Eles não aguardavam reencarnação. Se alguém lhes dissesse que suas esperanças consistiam num retorno para esse presente mundo de injustiça e miséria, eles chorariam amargamente, uma vez que todos aguardavam novos céus e nova terra.

Eles praticavam obras de amor, mas jamais com o intuito de retornarem para uma vida melhor após a morte. Eles dependiam do sangue de Cristo para o perdão de pecado, e o bem que faziam, faziam-no porque amavam a Deus, e encontravam-se em estado de encanto, gratidão e espanto com o amor que lhes fora revelado na cruz.

Em suma, Chico Xavier não era cristão, pois ensinava espiritismo, não cristianismo.

Antonio C. Costa
(retirado do blog Palavra Plena)

25 de mar. de 2010

O puro poder do evangelho

Simplesmente, e literalmente, indescritível o seminário ministrado pela irmã Edméia Williams no final da tarde desta quinta-feira (25/03). Na verdade, a palestra da irmã foi um grande testemunho do poder de Deus em sua vida e ministério. Nossa IBMT já teve a oportunidade de ouvi-la em 2006, numa conferência de oração organizada pelo Pr.Xavier.

Edméia é fundadora da Casa de Maria e Marta, obra missionária que atende crianças e anuncia a elas o Evangelho, no Morro Dona Marta, em Botafogo. Recentemente, ela foi convidada para um dos maiores congressos missionários do mundo, em Belfast, na Irlanda do Norte. Diante das maiores agências missionárias do mundo (SAMS, World Vision, Billy Graham Foundation...) ela foi questionada: "Como uma mulher negra, brasileira e sozinha consegue manter um ministério internacional?"
Com o "jeitinho Edméia Williams" de falar ela respondeu: "Meu filho, eu não tenho nem preparo para responder a pergunta de vocês. Eu sou maluca! Acredito que Jesus ressuscitou, que ele tá aqui agora e que é o mesmo hoje, não mudou. Deram pra ele no passado 5 pães e 2 peixes e ele multiplicou. Mas, se dessem feijão, ele multiplicaria; se dessem frango, ele multiplicaria também. Eu tenho entregue a ele carne, arroz, feijão, dinheiro, tempo e tudo que eu tenho. Em 19 anos nunca pedimos nem um tostão e nunca faltou nada na Casa de Maria e Marta".

Conversando com a plateia sobre chamado para servir a Deus a irmã deu um último toque. Disse que diversas pessoas se achegam a ela para dizer que têm um chamado para "tal" ministério. Ela então sempre pergunta: "Se Deus te chamou mesmo, por que você ainda não foi?" Geralmente, o interlocutor lança alguma explicação do tipo: "estou esperando a igreja me enviar"; "não tenho tido apoio"; "não sei como começar"...
Nessa hora saem da piedosa irmã palavras de exortação: "Toma vergonha e vai lamber sabão, irmão! Deus é doido de te chamar e não prover todos os recursos?" :-)

Não serei capaz de transcrever aqui a atmosfera de gratidão e reverência que Edméia conseguiu criar ao testemunhar de Deus na sua vida. Nenhuma criança perdida para o tráfico de drogas em todos os anos de trabalho, fechamento de todos os terreiros de macumba do D. Marta, livramento da morte ao ser ameaçada com metralhadoras apontadas para o seu rosto, 83% de evangélicos na comunidade, pacificação da comunidade em 2008 (motivo de oração por 20 anos).

Pra encerrar, ela foi perguntada sobre qual seria o papel dos teólogos e estudiosos num projeto  tão prático e frutífero como o que ela lidera: "Não faço a mínima ideia!" :-P

Arrancou gargalhadas....
um doutor teólogo me disse depois no corredor que descobriu que hermenêutica ela usa; a do amor

Esperança para o mundo

A manhã de quarta-feira (24/03) começou com uma devocional excelente do pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto (DF), Ricardo Barbosa, usando Colossenses, caps. 1, 2 e 3. Espero que ajude a compreender melhor a doutrina da criação e da restauração (acompanhe com a sua Bíblia).

A partir do vers. 10 do cap. 1, Paulo fala de uma nova vida com Deus, em gratidão e paciência, baseado na obra que Deus já começou. Algumas teologias apontam para uma salvação futura, esquecendo-se que a salvação já teve seu início ("Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado...") e desprezando toda a criatividade da criação. Esperam uma nova criação vindoura.

Ao contrário, Paulo enxerga a mão de Deus na criação atual. O apóstolo é consciente de que a criação boa de Deus foi manchada pelo pecado, mas seu texto põe foco na grande obra de restauração.

CRIAÇÃO ---> QUEDA ---> RECONCILIAÇÃO

O mundo para Paulo não é absolutamente caótico, desordenado e ruim. A criação e suas potencialidades são boas. Tudo que Deus fez é bom. A criação, no entanto, foi corrompida pelo pecado. Quando a humanidade não usa as potencialidades criadas por Deus, da forma que Ele quer que usemos, ela cede aos poderes desse mundo. (ex. Sexualidade foi criada por Deus para ser uma expressão do prazer do amor, mas quando mal usada torna-se hedonismo, promiscuidade e descompromisso).

A cruz é o trinfo de Cristo sobre os poderes deturpados desse mundo. Cristo viveu do jeito que Deus quer que seu povo viva.

Deus, em Cristo, está reconciliando TODAS as coisas que Ele mesmo criou. Restauração do seu povo, da terra e céu (Col. 1:16;20). O que Deus está fazendo é trazer de volta a bondade e a beleza da criação (sexualidade; relacionamentos; família; recursos naturais; artes etc.).

Os poderes e as potencialidades humanas foram criados por Deus e para Deus (v.16). A cruz é central, pois nela Jesus venceu, e, por isso, os poderes voltarão a ser usados para Sua Glória e para o bem do próximo. Indo para a cruz, nosso Senhor deixou claro que "mamón" e "César" não o dominam.

Ciente da vitória da reconciliação sobre o pecado, Paulo entra no cap.3 dizendo que já ressuscitamos, a vida nova, o Reino de Deus, já começou. Os cristãos devem desfrutar a nova vida, desejando as coisas do alto e tendo a consciência de que Deus governa a sua obra de reconciliação já hoje.

Por isso, devemos começar a viver o Reino a partir do dia de nossa conversão até a eternidade. Pensemos a juventude, a sexualidade, as relações econômicas, as artes, a sua profissão de forma que elas reflitam as coisas do alto. Tratando filhos, pais, cônjuges, empregados e superiores da forma que Deus quer; cuidando da criação e usando o dinheiro da forma que Deus quer; falando com as pessoas  e cuidando do próximo da forma que Deus quer, nós estamos tendo o privilégio de participar da gloriosa obra de restauração e reconciliação da boa criação.

24 de mar. de 2010

Deus fala logo cedo...

Queridos, bom dia! 2º dia de congresso e logo cedo o Pr. Ricardo Barbosa (Igreja Presbiteriana do Planalto - Brasília) fez uma grande devocional sobre a restauração da criação, usando Colossenses caps. 1, 2 e 3. Logo mais escrevo o resumo dela.

Logo após, João Alexandre assumiu o controle do louvor e inspirou a turma. Bom demais!

Deixei dois problemas sérios aí no Rio. Ambos estão me causando preocupação. Após ouvir o Pr. Ricardo e enquanto cantava com o João, Deus pareceu soprar ao meu ouvido por longos minutos: "Você está aí e Eu estou no Rio cuidando de tudo por você. Descanse em mim". Emocionei-me ao agradecê-lo em oração.

Louvado seja Deus, que cuida de tão precária criatura como eu, e ainda se preocupa em me avisar disso logo pela manhã.

Teologia e vida na América Latina

Deus é bom e me deu um presente e tanto nesses dias. Desde que fui picado pelo "mosquitinho" da paixão pela teologia eu desejava frequentar os grandes congressos teológicos, que são organizados quase sempre pelas editoras brasileiras. Sempre lia, com uma santa inveja, o material produzido por blogueiros após as plenárias, debates e conversas com a elite do pensamento teológico protestante brasileiro. Em janeiro decidi inscrever-me para o 7º Congresso Brasileiro de Teologia da editora Vida Nova e cá estou eu, em Águas de Lindóia (SP), bem atento ao que os estudiosos têm a dizer nos próximos quatro dias.

Apesar de eu ter vindo por conta própria, minha credencial diz que pertenço e represento a Igreja Batista Memorial da Tijuca (RJ). Tenho muito orgulho de no meio de tanta gente boa, circular carregando o nome da IBMT no peito. Resolvi então compartilhar com vocês através do blog dos jovens o que ando ouvindo por aqui.

Hoje (terça-feira, 23/03) foi o primeiro dia do congresso, que está tratando de vários aspectos da teologia no contexto da  América Latina, e já começou com uma plenária do René Padilla. Trata-se de um importantíssimo teólogo equatoriano, mas que hoje mora na Argentina, e que participou ativamente da elaboração de uma missiologia que atendesse às demandas humanas integralmente; o conceito de Missão Integral. O sujeito tem graduação e mestrado pelo Wheaton College (EUA) e Ph.D. em Novo Testamento pela Universidade de Manchester (Inglaterra). Posteriormente, o Wheaton College lhe outorgou o título de Ph.D em Divindade honoris causa.

RESUMO:
Missão integral é um tema que passei a acompanhar recentemente, portanto, não conheço muito sobre. Achei a proposta altamente pertinente para os Batistas Brasileiros presentes pensarem. Em março a denominação difunde a partir da sua Junta de Missões Mundiais a anual campanha missionária. Saí da plenária pensando no que está correto e no que está errado conosco. Os que vão ler esse resumo estão convidados a pensar em missões comigo, a partr da ideia de missão integral.

Imperialismo e missões - René Padilla começou citando um teólogo russo que certa vez alertou que era preciso enxergar a diferença entre a diginidade do cristianismo e a dignidade dos cristãos. Segundo ele, nem sempre são a mesma coisa, ou caminham na mesma direção. Enquanto o cristianismo nunca perdeu a sua dignidade, os cristãos nem sempre mantiveram feitos dignos e positivos. Foi lembrada a experiência de juntar missões cristãs e colonialismo/imperialismo entre do século XVI até o XIX. Não faltaram teólogos para justificar a conquista dos povos das Américas pelas nações cristãs europeias ou para defender o destino manifesto (doutrina que defendia que os colonizadores tinha a missão divina de expandir os valores cristãos aos ignorantes nativos), a expansão territorial e o extermínio dos nativos na América do Norte. Padilla afirmou que muitas missões cristãs eram feitas com propósitos indignos do cristianismo e que os evangélicos aprovaram guerras expansionistas sob o pretexto de evangelização a qualquer custo.

Conferência Missionária Mundial de Edimburgo - Há exatos 100 anos essa reunião teológica na Europa dividiu o pensamento missiológico evangélico. A mentalidade missionária até então se mostrara arrogante, impaciente, auto-suficiente e triunfalista diante da tarefa de anunciar o evangelho aos povos não-alcançados. Um documento de nove volumes foi produzido a partir do encontro e pretendia carregar todos os "fundamentos da verdade da fé cristã e da obra de evangelização do mundo". Surge então uma definitiva polarização entre os evangélicos: de um lado os FUNDAMENTALISTAS e de outro os MODERNISTAS e os LIBERAIS. Essa divisão foi dramática para a causa do evangelho. Enquanto os modernistas buscavam entender o Reino de Deus e a missão da Igreja no presente, observando os benefícios da cruz já para os tempos atuais, os modernistas ficaram marcados pela radicalidade em interpretar o Reino como um Reino futuro, por manterem uma proclamação do evangelho voltada apenas para a salvação da alma e expansão da igreja e negarem a possibilidade de um Evangelho com preocupações sociais. Padilla lembrou bem que os fundamentalistas estavam fortemente influenciados pela escatologia dispensacionalista (doutrina que enfatiza a redenção apenas a partir da segunda volta de Cristo, nega a restauração da criação já nos nossos tempos e destaca-se pela crença de que as promessas feitas a Israel no passado serão cumpridas no milênio).

O "esquema" tradicional de missões: Para mim, aqui a fala (em puro "portunhol) de René Padilla começou a crescer até o clímax. Segundo ele, há uma "tradição" de missões nas igrejas e dois valores compreendidos pelos seus membros.


  • Na compreensão geral, o chamado para ser um missionário de carreira ou um pastor é louvável e sublime, mas apenas para alguns "eleitos";

  • À igreja local cabe a tarefa de oferecer apoio espiritual (seja lá como isso é feito) e financeiro à missões.
O legado pós-Edimburgo: Nunca antes eu tinha ouvido alguém sistematizar tão bem o que diferentes grupos pensam sobre a teologia de missões. Padilla enumerou quatro dicotomias negativas da divisão do pensamento sobre missões após a conferência de 1910.


  1. As igrejas que enviam missionários X As igrejas que recebem os missionários enviados (missionários saíram do 1º mundo para o 3º sem uma compreensão transcultural e humilde do Evangelho). Apesar das falhas, René Padilla ressaltou que os missionários de carreira foram imigrantes que deixaram tudo pela causa de Jesus.

  2. O Lar (um país cristão) X O Campo Missionário/local de trabalho (um país pagão)

  3. Clero (uma classe de funcionários da Igreja responsáveis pelo trabalho da Igreja) X Leigos (membros comuns) - isso criou, segundo ele, o problema dos cristãos "domingueiros"; sem envolvimento.

  4. Grandes projetos com poucos missionários X Igreja local não é missionária onde ela está
A Missão Integral como mudança de paradigma: listarei a seguir os pontos principais do clímax da plenária; a proposta de missão que integra e desfaz as dicotomias anteriores


  • A Igreja precisa influenciar os lideres que governam a vida política a defender direitos dos pobres;

  • Agências missionárias que não apenas falam de missões, mas que colocam em prática o Reino de Deus através do povo de Deus;

  • O Evangelho é as boas novas do Reino, em Cristo Jesus; boas novas de restauração, libertação e salvação: pessoal, social, global e cósmica;

  • Missões incluem: evangelização, respostas às necessidades humanas imediatas e pressão por transformação da realidade social;

  • Missões não consistem em focar na transposição de barreiras geográficas (isso é secundário). Missões consistem em romper a barreira entre a fé cristã e a não-fé cristã;

  • A igreja local não faz tour religioso, não é um grupo de amigos e nem tampouco uma agência de bem-estar social;

  • Seu propósito é encarnar os valores do Reino para a transformação do mundo;

  • Fazer missões é uma responsabilidade e privilégio de todos os membros da igreja;

  • É dever da igreja local treinar e mobilizar para missões (Ef. 4:11-12);

  • Missões são feitas nas escolas, nos hospitais, nas empresas, nas comunidades carentes... Pois não há um lugar fora da órbita do senhorio de Jesus;

  • Todas as igrejas podem aprender com outras. Não há uma igreja que apenas envia e ensina e outra que só recebe o conhecimento de Deus;

  • Todos os cristãos são missionários. Cada dificuldade humana é uma oportunidade missionária;

  • Cada igreja local precisa mostrar o Reino de Deus no seu próprio lugar (missões também se faz na "sua Jerusalém", e não só "nos confins da terra";

  • Os benefícios da salvação são inseparáveis da obra missionária;

  • A MISSÃO INTEGRAL é uma contraposição à missão imperialista de conquista, e mostra o Reino de amor, de justiça e de glória de Jesus Cristo.

4 de mar. de 2010

Como chegarei até o abrigo?

Queridos retirantes, estamos ansiosos por este tempo juntos e ele está chegando. Os últimos detalhes estão sendo acertados, mas já estamos na expectativa de que o SENHOR dará descanso e lazer aos nossos corpos, alimento e entendimento às nossas mentes nesses três dias.

Lembrem-se de orar em favor de si mesmos, para que Deus atenda suas demandas nesse retiro, e em favor do grupo, para que a Igreja saia fortalecida.

Segue abaixo a distribuição dos carros e os horários de saída da IBMT. Estamos marcando de sair juntos e montar um grande comboio até a Fazenda Marambaia. Lembro apenas que os motoristas estão orientados a partir 30 minutos após o horário marcado na porta da IBMT, portanto, não se atrasem; sob pena de perder a carona.

SEXTA-FEIRA (05/03) - 9h na IBMT

Marcos Davi (motorista)
Rafael Fonseca
+ equipamento

Eduardo Fonseca (motorista)
Alana Bifano
+ equipamento

Celso Lins (motorista)
Renato Henrique
Júlia Garrão
Letícia Landim
Silvana

André Freitas (motorista)
Juliana Borges
Nathalia Mendes
Janaína
Rodrigo Canaan

Eduardo Souza (motorista)
André Souza
Filipe Xavier
Natan Santarém
Fábio Xavier

Mark Downing (motorista)
Helena Downing
Guilherme Carvalho
Alessandra Carvalho

Henrique Mouta (motorista)
Daysi Mouta
Igor Mouta
Callebe Gomes
Uenes Vilaça

Rodolfo Amorim (motorista)
Carlos Alexandre
Rosane
Mariane Wandenkolk
Erick Filho

Maitê Elvira (motorista) - carro sairá da PUC no início da tarde
Israel Vilaça
Ana Paula Mello
Juliana Antunes
Renata Zappelli

Gustavo Pedroza e Paulo de Tarso irão por meios próprios.

SÁBADO (06/03) - 7h na IBMT

Filipe Medeiros (motorista)
Élton
Renata Mello
Oliver Drummond
Bernard Viegas

Jeane e esposo (doação de carona)
Alexandre Antunes
Dani Junqueira
Taty Mouta

Carol Barros (motorista)
Rafael Néri
Renan
Carla
Juliana Fernandes

Rafael Vilaça
Priscila Paiva
Priscila Vilaça
Cristiana Andrade

Carolina Borges será buscada por Marcos Davi no sábado à tarde. 

25 de fev. de 2010

Descobrindo os seus companheiros de abrigo

Falta uma semana para o retiro L`Abri-IBMT e nós (eu e Renata) agradecemos pela ampla adesão e compromisso com que todos trataram essa programação. Iremos com 42 jovens da IBMT, mais 9 jovens visitantes, 4 conselheiros (Henrique e Daysi; Pr. Mark e Helena) 3 pessoas da equipe L`Abri, totalizando 58 participantes. Nossos compromissos estão pagos, abençoaremos de bom grado o nosso querido Pr. Vicente e os missionários de nossa denominação e ainda teremos um churrasco de encerramento no domingo (dia 07). Pela graça de Deus, esse retiro já está melhor que final de campeonato: sucesso de renda e público.

Temos ainda mais uma boa notícia: conseguimos a liberação para que quem não puder ir ao retiro, possa ao menos passar o dia conosco no domingo. É só chegar lá bem cedinho, por volta das 8h, pagar uma diária reduzida (R$20) e aproveitar as últimas programações do retiro, a piscina, o campo e o churrasco. Queremos destacar o convite aos membros da IBMT que irão gentilmente nos buscar no domingo. Queridos, se puderem, passem o domingo conosco e não apenas cheguem para nos buscar. TODOS QUE TIVEREM INTERESSE EM PASSAR O DOMINGO NA FAZENDA PRECISAM NOS PROCURAR PARA CONFIRMAR PRESENÇA (aqui mesmo no blog, por e-mail ou telefone).

Na volta, teremos o prazer de retornar à IBMT para assistir o Pr. Guilherme Carvalho (preletor do L`Abri) pregar na nossa igreja.

Por hora, divulgamos a alocação de cada participante nos quartos. Descubra aqui quem passará os três dias de abrigo (L`Abri) com você. Como havíamos informado, os quartos foram sorteados (pelo Henrique e Daysi) e pedimos que as arrumações sejam respeitadas. Seguem abaixo as numerações dos cômodos (essas podem eventualmente serem alteradas) e os hóspedes de cada quarto.


CABANA 2
CABANA 3
CABANA 4
Marcos Davi
Carol Barros
Júlia Garrão
Celso Lins
Alana Bifana
Silvana
Rafael Fonseca
Juliana Antunes
Letícia Landim
Oliver Drummond
Dani Junqueira
Renata Zappelli


Ana Paula Mello


Maitê Elvira


CABANA 5
CABANA 5A
CABANA 6
André Souza
Juliana Borges
Juliana Fernandes
Bernard Viegas
Nathalia Mendes
Mariane Wandenkolk
Eduardo Fonseca
Renata Mello
Priscila
Filipe Medeiros
Janaína
Carolina Borges

Carla


Priscila Vilaça



CABANA 7
CABANA 8
CABANA 9
Alexandre Antunes
Natan Santarém
Rodrigo Canaan
Rafael Néri
Élton
Renato Henrique
Erick Filho
Israel Vilaça
Filipe Xavier
Rafael Vilaça
Eduardo Souza
Fábio Xavier


CABANA 10
SUÍTE 6
SUÍTE 5
André Freitas
Uenes Vilaça
Daysi Mouta
Rodolfo Amorim
Callebe Gomes
Henrique Mouta
Gustavo Pedroza
Igor Mouta
Taty Mouta
Renan




CHALÉ 29
CHALÉ 30
CHALÉ 31
Mark Downing
Guilherme Carvalho
Carlos Alexandre
Helena Downing
Alessandra Carvalho
Rosane



SUÍTE 12


Paulo de Tarso


Cris