Uma estudante irada após uma palestra sobre a existência de Deus numa importante universidade canadense entregou ao palestrante um cartão que dizia: "Eu estava com senhor, até começar com essa de Jesus. Deus não é o Deus cristão". O palestrante em questão era o Dr.William L. Craig, que afirma ainda:
- Numa sociedade pluralista isso é muito comum. A maioria das pessoas não têm problema com a existência de Deus, mas não aceitam a divindade de Jesus.
Que argumentos os cristãos tem de melhor que os budistas, muçulmanos, hinduístas etc?
"Pois estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou. E deu provas disso a todos, ressuscitando-o dentre os mortos" (Atos 17:31)
As escrituras ensinam, através da apologética de Paulo em Atenas, que a ressurreição de Jesus é uma evidência da existência e do poder de Deus.
Mas como sabemos que Jesus ressuscitou? "Jesus vive em mim, eu sinto isso", respondem alguns. Resposta satisfatória no campo pessoal. Mas, ela não serve para os não crentes. Essa é uma alegação muito particular. Felizmente, o cristianismo como religião enraizada na história faz alegações históricas importantes sobre Jesus. Supondo que não encaremos o Novo Testamento como escritura inspirada, mas que a consideremos como um documento antigo compilado, com o mesmo status de outros documentos históricos de comunidades da antiguidade; talvez gere até espanto descobrir que a maior parte dos críticos do Novo Testamento aceita os fatos centrais que sustentam a ressurreição. Dr. Craig garantiu não estar se referindo somente a estudiosos evangélicos conservadores, mas também a uma gama de críticos em universidades seculares. Por mais supreendente que pareça, eles passaram considerar quatro evidências como fatos históricos:
FATO 1. Depois da crucificação, Jesus foi sepultado por José de Arimateia, um judeu e membro do sinédrio, o tribunal que julgara Cristo. Isso significa que, ao contrário do que críticos radicais sempre afirmaram, o local do túmulo de Jesus era conhecido; inclusive por judeus e gentios. Os discípulos jamais poderiam ter anunciado a ressurreição em Jerusalém se o túmulo não fosse conhecido e não estivesse vazio. Os pesquisadores do NT consolidaram esse fato como histórico baseado em algumas evidências:
- Os especialistas foram convencidos que o apóstolo Paulo cita uma tradição mais antiga (em 1 Coríntios 15:3) ao descrever o sepultamento de Jesus após sua conversão. É provável que ele tenha tido contato com essa tradição numa visita dele a Jerusalém em 36 d.C. (Gálatas 1:18; juntamente com Pedro e Tiago). Jesus foi crucificado em 30 d.C., portanto, quando Paulo a ouviu, essa tradição remontava aos cinco primeiros anos após a morte de Jesus (pouco espaço temporal para a criação dos relatos lendários.
- O relato do sepultamento faz parte de uma fonte muito antiga, que Marcos (reconhecido pelos estudiosos como o evangelho mais antigo) utilizou para escrever seu evangelho. Os evangelhos tendem a ser curtos relatos da vida de Jesus, nem sempre em ordem linear e cronológica. Mas, quando chegamos à paixão de Cristo, nesse caso, temos uma narrativa lenta, única e de relato contínuo. A maioria dos estudiosos entende que Marcos é o texto mais antigo e a fonte de Marcos para a paixão é mais antiga ainda. A comparação das narrativas mostram que elas não divergem até o momento posterior ao sepultamento. A fonte pré-Marcos era mais antiga e única sobre a paixão. Foi usada posteriormente por Lucas e Mateus.
- José de Arimateia, como membro do sinédrio, dificilmente seria uma invenção dos cristãos. É improvável que o relato do sepultamento, citando um membro do sinédrio, seja uma invenção. É altamente improvável que os cristãos teriam, numa história inventada, atribuído a um judeu que julgou Jesus o sepultamento honroso que ele deu ao seu mestre.
- Não existe relato concorrente/contrário sobre o sepultamento. Se fosse fictício, seria de esperar que achássemos outro vestígio histórico do que aconteceu ou outra lenda que competisse com a história do que aconteceu com o corpo de Jesus. Todas as fontes são unânimes em afirmar que José de Arimateia conduziu o sepultamento de Jesus Cristo.
Por isso, estudiosos, críticos ou não, concordam com FATO 1. De acordo com John A.T. Robinson (Universidade de Cambridge), o relato do sepultamento de Jesus é a historia mais detalhada e segura sobre "Jesus histórico".
FATO 2. No domingo seguinte crucificação, o túmulo de Jesus foi encontrado vazio por um grupo de seguidoras. Mais evidências foram usadas pelos estudiosos do NT:
- A história de túmulo vazio faz parte do material de origem bastante antiga usado por Marcos.
- A tradição antiga citada por Paulo em 1 CO 15:3-5 nos conduz ao túmulo vazio. Para qualquer judeu do primeiro século explicar que um homem morto havia ressuscitado implicava em garantir que o túmulo estava vazio (essa fora também a mensagem anunciada a judeus em Jerusalém - At 13:27-31).
- A história de Marcos sobre o túmulo vazio é simples e não tem sinais de adornos e de que tenha sido aumentada para que se transformasse numa lenda. Para melhor entender a importância dessa afirmação, basta comparar a narrativa simples de Marcos com os apócrifos encontrados do segundo século, onde as histórias eram grandiloquentes, enormemente adornadas e fantasiosas.
- O fato de o testemunho das mulheres não ser levado em conta na Palestina do primeiro século é um fato a favor de que elas desempenharam um papel na descoberta do túmulo vazio. De acordo com Flávio Josefo (historiador judeu do século I), o testemunho delas era tão ridículo que não era sequer digno de ser ouvido num tribunal judaico. Qualquer relato lendário atribuiria a testemunhas masculinas a honra da descoberta do túmulo vazio. Mas, os discípulos fazendo um relato honesto e real, disseram que foram mesmo as mulheres as descobridoras.
- A alegação judaica de que os discípulos tinham roubado o corpo de Jesus mostra que de fato o corpo não estava no túmulo. Por que os judeus, diante da alegação dos discípulos sobre a ressurreição, os juedeus não disseram: "o corpo de Jesus está lá no sepulcro? Se os judeus tentavam explicar o túmulo vazio com uma história mais factível, essa é uma evidência de que o túmulo estava vazio.
Jacob Kramer, especialista austríaco na investigação do tema da ressurreição cristã, afirma: "de longe, a maioria dos especialistas apoia firmemente a confiabilidade das declarações bíblicas relativas ao túmulo vazio".
FATO 3. Em múltiplas ocasiões e em várias circunstâncias, múltiplas pessoas e grupos experimentaram aparições de Jesus. Estudiosos do NT aceitam essa realidade por três razões:
- Testemunhas oculares listadas por Paulo em 1 CO 15:5-7. A certeza de Paulo é avalizada pelo fato de que ele as conhecia. Na lista de Paulo estava Pedro, os doze discípulos, mais de 500 irmãos da igreja e Tiago.
- Há tradições presentes nos evangelhos que apresentam múltiplas e independentes aparições. A aparição a Pedro é confirmada independentemente por Lucas. A aparição aos doze é confirmada por João e Lucas. Testemunhos em Marcos, Mateus e João sobre aparição na galileia. João e Mateus confirmam as aparições às mulheres.
- Pesquisadores perceberam sinais de credibilidade histórica em aparições específicas. Algumas com marcas próprias de historicidade - por exemplo, a inesperada atividade dos discípulos de pescarem antes da aparição de Jesus no lago Tiberíades. Outro caso: temos evidências nos evangelhos de que nem Tiago nem os outros irmãos acreditavam em Jesus quando ele viveu. Qual a razão para que a igreja produzisse relatos fictícios sobre a incredulidade deles sobre Jesus se eles fossem seguidores fiéis? Mas é indiscutível que eles se tornaram cristãos ativos após a morte de Jesus. Tiago era considerado apóstolo e ascendeu à condição de líder da Igreja de Jerusalém. De acordo com Josefo, no século I Tiago foi martirizado por sua fé em Cristo, tendo sido apedrejado. Seria possível haver dúvida de que a transformação do indiferente irmão de Jesus em um fervoroso fiel que pôs sua vida em risco se deve a certeza de que ele teve ao ver Jesus ressuscitado? Nas palavras de Paulo: "Apareceu Jesus a Tiago".
FATO 4. Os primeiros discípulos acreditavam que Jesus ressuscitara, apesar da predisposição para não crer e de terem boas razões para não crer. Pense na situação enfrentada pelos discípulos logo após a crucificação:
- O líder deles estava morto e os judeus não tinham crença num messias morto. Esperava-se que o messias expulsasse os inimigos de Israel e restabelecesse o trono de Davi. A ideia de um messias que sofresse uma morte vergonhosa é uma contradição
- A execução de Jesus como um criminoso demonstrava que ele era herege, alguém "debaixo da maldição de Deus. Segundo a lei judaica, em Dt 21:22-23 - "Se um homem culpado de um crime que merece a morte for morto e pendurado num madeiro, não deixem o corpo no madeiro durante a noite. Enterrem-no naquele mesmo dia, porque qualquer que for pendurado num madeiro está debaixo da maldição de Deus." - abandonar Jesus após sua morte era uma opção perfeitamente viável. Não apenas o mestre dos discípulos estava morto, mas a morte de cruz mostrava que os fariseus estavam certos o tempo todo e que eles seguiram por três anos um herege amaldiçoado por Deus.
- As crenças judaicas acerca da vida após a morte excluíam a possibilidade alguém ressuscitar para a glória antes da ressurreição geral, no fim do mundo. Tudo que se poderiaa fazer era preservar seu túmulo como um santuário, aguardando a ressurreição geral.
Luke Timothy Johnson, especialista em NT, pondera: "É necessária uma experiencia transformadora para produzir um movimento como o cristianismo primitivo". N.T. Wright completa: "Como historiador, não consigo explicar a ascensão do cristianismo primitivo a não ser que Jesus tenha ressurgido, deixando para trás um túmulo vazio".
Contrariando as evidências de que Jesus foi sepultado por José de Arimateia, a descoberta de seu túmulo vazio, as aparições posteriores à ressurreição e a origem da crença que os discípulos tinham na ressurreição, os opositores apenas levantam as mãos e dizem: "não sabemos o que realmente aconteceu!"
Preferem sustentar (por exemplo, o pesquisador John Dominic Crossan, do Jesus Seminar) que :
Preferem sustentar (por exemplo, o pesquisador John Dominic Crossan, do Jesus Seminar) que :
- O corpo de Jesus foi jogado numa vala comum, reservada a criminosos, sendo provavelmente comido por cães.
- A visita das mulheres ao sepulcro vazio foi uma história criada por Marcos.
- Os discípulos nunca tiveram nenhuma aparição de Jesus após a sua morte.
- Os discípulos nunca acreditaram realmente em uma ressurreição literal de Jesus.
Ao longo da história foram apresentadas hipóteses de conspiração, morte aparente e alucinação. Hipóteses rejeitadas por estudiosos. Explicações naturalistas não atenderam tão bem a seis critérios usados para checar fatos históricos. Numa era de ceticismo e relativismos, os cristãos podem sustentar racionalmente que Deus ressuscitou o seu Cristo, agiu na historia e nós podemos conhecer os fatos.