Se não estou enganado, foi lá pelo meio de 2006 que fui apresentado aos escritos de Francis Schaeffer. Após quase duas horas de conversa com o Pr. Xavier no seu gabinete na IBMT (ah! que saudades...) ele se levantou, foi até suas grandes estantes de ferro, olhou um pouco e começou a selecionar uns livros (uns quatro, acho). Entre eles estavam dois do Schaeffer: "A Igreja no ano 2001" e "The mark of the christian". Novo no mundo da teologia me vi completamente fascinado por um teólogo, pastor, apologeta e pensador cristão que falava um "idioma" claro e franco sobre os problemas do "mundo real". Logo comprei sua famosa trilogia ("O Deus que intervém"; "A morte da razão" e "O Deus que se revela") e desde então Francis Schaeffer figura entre meus preferidos. Em 2009 tive a oportunidade de visitar por quatro dias o L'Abri (em francês, "O Abrigo") no Brasil, que fica pertinho de Belo Horizonte (MG). O L'Abri Brasil é o fruto brasileiro do trabalho iniciado pelos Schaeffer na metade do século passado na Suíça. Em 2010, com a graça de Deus, a equipe do L'Abri Brasil irá apoiar o retiro de jovens da IBMT e, por causa de você que quer conhecer mais sobre Schaeffer e sua obra, pedimos ao Rodolfo Amorim, worker do L'Abri Brasil, que fizesse as honras da casa. Segue abaixo o marcador de textos que encontrei sobre a minha cama ao chegar no L'Abri ano passado e o que Rodolfo escreveu para nós:
Francis Schaeffer pode ser descrito como integrante de um grupo de seletos cristãos que cooperaram para o revigoramento da fé cristã evangélica junto à cultura ocidental após o longo período de emergência e avanço do movimento fundamentalista entre as décadas de 20 e 50 do século passado. No auge de seu trabalho de acolhimento a pessoas de todo o mundo em seu lar nos Alpes Suíços, Francis foi descrito em artigo da prestigiada revista Times como o apóstolo aos intelectuais, e grande responsável pela renovada força e respeitabilidade da fé cristã nos EUA e na Europa pós-guerra. Junto de sua esposa Edith, Francis Schaeffer iniciou um ministério voltado à apresentação e vivência concreta da fé cristã de forma integral e plena. Autodenominado evangelista, ele tinha acesso a um público que há muito havia excluído de suas vidas a possibilidade de encontrar na fé cristã algo que merecesse o respeito e compromisso de pessoas informadas e honestas. Dentre os leitores de Schaeffer na década de 70 e 80 e visitantes do L’Abri estavam ícones culturais das artes como Eric Clapton, Timothy Leary e Robert Plant, bem como personagens ilustres da política mundial, como o ex-presidente americano Ronald Reagan.
Na década de 50, após presenciar a angústia e incredulidade de uma Europa pós-guerra, Francis e Edith Schaeffer decidiram em fé abrir seu lar para oferecer abrigo e acolhida à pessoas que buscavam respostas honestas acerca de Deus e do sentido da vida humana. Em sua vida pessoal, Francis já havia presenciado os malefícios de uma fé cristã desprovida de engajamento com multifacetadas dimensões da existência, como as artes, o intelecto, a política, a devoção, a ciência, dentre outras. Após receber forte influência da tradição Kuyperiana holandesa, que havia apresentado naquele país uma renovada presença cristã em setores da vida até então intocados na cultura européia moderna, Francis Schaeffer concluiu que o senhorio de Cristo Jesus toca necessariamente a amplitude da vida humana, e que somente nEle os homens podem viver de forma plena e coerente, firmados na verdade total da revelação de Deus. Além deste aspecto de integração intelectual e de visão de mundo, os Schaeffers estavam convictos de que a fé Cristã poderia ser apresentada às pessoas em geral, cristãos e não cristãos, de uma forma transparente e honesta a partir da vivência diária da dependência do Deus vivo que se manifestou uma vez por todas em Cristo Jesus. Isto deveria, segundo as Schaeffers, ser vivido de forma comunitária e hospitaleira, no que foi denominado uma verdadeira espiritualidade. Estes princípios e práticas de vida deram origem aos centros de estudo L’Abri.
Após abrir seu lar no início da década de 50 para receber pessoas que buscassem uma vida coerente e plena de sentido, os Schaeffers passaram a receber pessoas dos mais diversos contextos culturais e existenciais em seu chalé em Huemoz, na Suíça. Assim surgia em 1955 o centro de estudos, comunhão e crescimento cristão, L’Abri. De uma prática de hospitalidade familiar, o L’Abri se tornou um centro de estudos internacional onde pessoas do mundo inteiro experimentam a vivência concreta da fé Cristã por períodos de tempo específicos. As comunidades L’Abri estão atualmente em 10 países do mundo, e já receberam dezenas de milhares de pessoas que posteriormente integraram ações nos mais diversos campos da cultura e da vida. Entre aqueles diretamente influenciados pelo trabalho de L’Abri estão Charles Colson, ex-assessor do Presidente Nixon, escritor e presidente fundador da Prison Fellowship International, Nancy Pearcey, escritora e conferencista internacional, Os Guiness, escritor e líder do Trinity Forum, nos EUA, Darrow Miller, fundador e codiretor da Food for the Hungry International, e Denis Alexander, presidente do centro para o avanço do diálogo entre ciência e religião, Faraday Center, em Cambridge, na Inglaterra.
Pode-se afirmar que a obra de Francis e Edith Schaeffer influenciou de forma marcante a mentalidade evangélica no ocidente, cooperando para a renovada presença cultural dos seguidores de Cristo em diversos países. No Brasil , o L’Abri iniciou seus trabalhos no ano de 2008, na cidade de Belo Horizonte, funcionando como um Centro de Referência, oferecendo palestras, retiros, termos de curto prazo, publicações e orientação vocacional e ensino cristão ao público brasileiro interessado em uma vida plena, coerente e integrada.
Rodolfo Amorim é mineiro, mora em Contagem (MG), solteiro, graduado em Relações Internacionais pela PUC-MG, é especialista em Gestão de Projetos Internacionais e Terceiro Setor e mestre em Sociologia UFMG.


2 comentários:
Eu terminei o colégio em 1965, o ano em que comecei a universidade. Os EUA estavam muito envolvidos no Vietnã. Os jovens estavam muito decepcionados com isso, e, logo, com Presidente Richard Nixon também. Era uma época de questionamento de todas as autoridades. Mas entre os cristãos houve uma voz acima de todos as outras, chamando os crentes para saber bem o que creem e viver esta vida com integridade. Francis Schaeffer escreveu muitos livros chamando os crentes para pensar, viver e defender a sua fé. Edith era uma voz chamando crentes para investir nas suas famílias. Esses dois marcaram muito as nossas vidas.
Mark Downing
Para quem quiser ler um texto do Francis Schaeffer:
http://www.luz.eti.br/es_afedoshumanistas.html
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