23 de jan. de 2010

Meu lar virou uma Igreja

Igreja! Eis um termo muito pronunciado nos textos do Novo Testamento. A ekklesía do grego usado pelos apóstolos era a reunião da assembleia dos fiéis ou a comunhão dos cristãos, nunca uma especificação para o edifício onde os crentes se reuniam ou para o templo onde Deus habitava simbolicamente no Antigo Testamento. Inclusive, os conhecedores do grego koiné usado para escrever o NT terão de concordar que os autores bíblicos usavam outra palavra quando queriam referir-se ao templo de Jerusalém ou aos templos dos deuses gregos; em caracteres latinos seria algo como ieron.

Portanto, infelizmente, opera no erro todo cristão que persiste na interpretação de que os edifícios que construímos para abrigar a Igreja (os fiéis) são a Igreja de Cristo ou ainda um santuário onde Deus habita de fato. Pois é, é isso mesmo, nossas orações não são tão precisas quando, por estarmos no prédio que convencionamos chamar de igreja, dizemos: "Senhor obrigado porque estamos na Tua casa..."

Todos os bons leitores da Bíblia sabem bem que a teologia do NT é exaustiva ao afirmar que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas (At. 7:48; 17:24). Deus é Espírito e felizmente não carece de teto para abrigar-se do frio, do sol, da chuva ou de um prédio-santuário para relacionar-se com a humanidade. A cruz fez Deus habitar NOS cristãos, e não COM os cristãos num templo de pedra (Rm 8:9-11). Para encerrar esta introdução, devemos ficar com a boa teologia de Pedro sobre a figura da Igreja; isto é, a certeza de que a Igreja comprada por Cristo não é feita de tijolos e cimento, mas de PEDRAS VIVAS e é uma edificação espiritual (1 Pe 2:4).


Certos da teologia de Pedro e certos de que onde os cristãos se reunirem, ali é a Igreja, a IBMT, através do Min. Jovem, começou em janeiro de 2010 a trabalhar no projeto "Meu lar virou uma igreja". As visitações constantes do Pr. Vicente aos anciãos e enfermos de nossa igreja nos trouxeram algumas constrangedoras informações. Corpos que por longos anos prestaram bons serviços, hoje já estão um tanto cansados e alguns de nossos irmãos já não conseguem mais frequentar os cultos regulares às quintas ou aos domingos. Outros estão esquecidos até mesmo pela própria família. Nenhum deles, no entanto, está esquecido pelo nosso pastor. Pr. Vicente, que visita a todos, sabe a história de cada um e se desdobra para auxiliá-los fisica e espiritualmente.

Mas, a Igreja não pode virar as costas e acomodar-se no serviço de visitação pastoral. Esses irmãos afastados fisicamente de nós ainda são tijolos importantes do nosso "prédio espiritual". Já escrevemos nesse blog que a religião aceita como pura por Deus é aquela que presta serviço no meio da dificuldade do outro (Tg 1:27). No espírito de prestar serviço e anunciar que a Igreja de Cristo não o abandonou, visitamos no sábado, dia 16, a casa do irmão Zé Carlos, que se recupera de uma fratura na bacia. Fomos às beiras do seu leito dizer-lhe que ele segue enxertado na "videira", e que se ele não pode ir ao prédio onde a igreja se reúne, a Igreja vai até ele.


Lembram do que estava escrito mais acima? “...onde os cristãos se reunirem, ali é a Igreja”. Pois então era hora de transformar o quarto do irmão Zé Carlos em Igreja santa, reverente e reunida para adorar o Deus de Israel e do Brasil, dos jovens e dos anciãos, dos sadios e dos enfermos, que recebe louvor na Rua Conde de Bonfim, 789 ou na Avenida Maracanã, 1650.

Como Igreja, a parte da IBMT que foi à casa do Zé Carlos ofereceu a ele a oportunidade de comungar com os irmãos nas mesmas atividades de louvor que ele participaria se pudesse ir ao prédio da Rua Conde de Bonfim, 789. Cantamos hinos, oramos, fizemos leitura bíblica juntos, houve mensagem e o Pr. Vicente serviu a ceia. Nós, que fomos lá para servir, acabamos servidos enormemente pelo Senhor. A primeira estrofe do hino “Santo, Santo, Santo” sequer havia terminado e as lágrimas já molhavam os olhos do Zé Carlos e, por conseguinte, os nossos. Pessoalmente, pelo meu coração não passou um segundo de tristeza ou compaixão pela situação de convalescença do irmão, mas sim, uma enorme emoção e alegria por receber a chance de ver que o Altíssimo, de fato, habita em meio aos louvores sinceros, que Ele é transcultural, transcendente, está acima dos nossos abismos de gerações e que É SANTO.

Penso eu que o Zé Carlos em momento algum chorou de tristeza ou constrangimento, mas que o mesmo Espírito que tocou-me, tocou-o também. Seu pedido de oração foi pra nós um mandamento: “continuem esse trabalho, que é bom! Outras pessoas precisam disso também.”

Zé Carlos, pode deixar. Parafraseando o filme “Tropa de Elite”, “missão dada é missão cumprida”. Por isso, e por Cristo, neste sábado, dia 23 de janeiro, estaremos fazendo de mais um lar uma Igreja verdadeira. Se você deseja participar, entregue uma hora e trinta minutos do seu sábado ao serviço cristão. Manifeste seu interesse pessoalmente ou aqui mesmo nos comentários. É só dizer “Eu quero ir!” e nós te procuramos.

Queira o SENHOR que se um dia minha cama for meu abrigo pela maior parte do meu tempo a minha Igreja venha adorar comigo ao Deus que conheci na minha juventude.

7 comentários:

Daymouta. blogspot.com disse...

Não tem forma mais impactante do que uma ação em favor dos necessitados...vale mais do que mil palavras!
Perceber as necessidades dos irmãos (domésticos da fé) e fazer algo para suprir, faz uma diferença enorme.
Começar uma ação com os de casa e ampliar a visão para os que estão de fora. Todos devem experimentar!
"Meu lar virou Igreja" é um projeto que deve ser abraçado por todos. Perseverem, jovens! Deus está sendo glorificado.
Abraços

Anônimo disse...

Grande André! Parabéns pela iniciativa! Que possamos incluir os "Marcados" (adolescentes) nessa. Vamos começar a pensar nisso?

Abraços,

Sergio Dias

André Freitas disse...

Daysi, seu incentivo tem sido importante e a presença junto com o Henrique e o Igor nas casas visitadas mais fundamental ainda. Família toda com mãos na obra.

Serginho, já tá pensado. Não tem nem o que combinar. São bem-vindos. Te ligo essa semana pra combinarmos já pra sábado?

Anônimo disse...

Olá André,
De tudo que você escreveu (e bem!) no blog, o que mais gostei foi:
"Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos"
Esse é o tempo para estarmos juntos, lado a lado, ombreados.
Parabéns pela iniciativa do projeto.
Conte comigo nas visitas aos irmãos.
Um grande abraço,
Eduardo

André Freitas disse...

Eduardo,

que bom que está gostando do blog. Apenas me vejo obrigado a justamente redirecionar seu elogio; pois quem citou muito bem o salmista foi a Renata, no post sobre o retiro.

Sobre sua participação nos cultos nos lares, te mando um email "convocando" para o próximo, ok?

Abs

Unknown disse...

Bom, como sabem, estive ausente por muito tempo e gostaria de obter informações sobre esse projeto e participar dele. Inté! Bjim.

André Freitas disse...

Informações:

aos sábados, nos encotramos na igreja às 14h30m, de onde partirmos para a casa do irmão a ser visitado. O culto na casa do irmão começa às 15h e termina por volta das 16h.

Nesse sábado, 25/jan, teremos visita à casa da irmã Valdina.

Bem-vinda de volta!